Foi inaugurado nesta segunda-feira (13), em Salvador, o Centro de Anemia Falciforme da Bahia (Crafb). Localizada no bairro do Garcia, a unidade contou com um investimento de R$ 9,5 milhões e vai funcionar como referência de atendimento aos portadores da doença.
Dentre os serviços a serem prestados pelo centro, se destacam o atendimento ambulatorial multidisciplinar com hematologista, ortopedista, hepatologista, neurologista, oftalmologista, nutricionista, psicólogo, odontologia, fisioterapeuta, assistente social e assistência farmacêutica. Também será ofertado o dopplertranscraniano, que é fundamental para diagnóstico precoce de alterações de vasos cerebrais relacionadas ao desenvolvimento de AVC.
A unidade de saúde também vai oferecer exames hematológicos, bioquímicos e terá agência de transfusão de sangue. A inauguração foi feita pelo governador Jerônimo Rodrigues, acompanhado da secretária da saúde do estado, Roberta Santana, e contou com a presença do secretário de atenção especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda. Na ocasião, Jerônimo afirmou que o Centro irá organizar uma política estadual para o tratamento da anemia falciforme nas diversas regiões da Bahia.
O que é a doença falciforme
A doença falciforme é uma condição genética hereditária (passa dos pais para os filhos) mais comum no mundo. Caracteriza-se pela alteração do formato dos glóbulos vermelhos do sangue, que passam a ter formato de uma foice, e não arredondados. O formato alterado dificulta a chegada de oxigênio aos órgãos e tecidos, provocando dores crônicas, anemia e infecções.
Os sintomas surgem no primeiro ano de vida e estendem-se por toda a vida. Os mais comuns são dor nos ossos e articulações, principalmente nas mãos e pés; infecções (pneumonia, meningite); feridas nas pernas que demoram a cicatrizar; e sequestro do sangue no baço (o baço incha e passa a sequestrar sangue do organismo, podendo levar à morte).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,5 mil bebês nascem com a doença por ano. A doença falciforme é mais comum na população negra.
Um dos principais exames para o diagnóstico precoce é o teste do pezinho, realizado gratuitamente antes de o bebê receber alta da maternidade. Em outras faixas etárias, o diagnóstico pode ser feito com o exame de eletroforese de hemoglobina.
Quando a doença é identificada, o paciente deve ter acompanhamento médico por toda a vida. O tratamento envolve atendimento de diversos profissionais, como nutricionista, psicólogo e dentista. O paciente e a família devem ser orientados ainda sobre como descobrir sinais de gravidade e medidas de prevenção.
Como vai funcionar o centro
A Bahia é um dos estados com maior incidência da doença, uma vez que é mais comum na população negra, que corresponde a 76,3% da população baiana. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2022, cerca de 6,6 mil crianças nasceram com a condição no estado, um dos maiores índices do mundo.
O centro irá funcionar de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h. O governo da Bahia informou que, na primeira semana, será feita triagem de pessoas, entre um e 45 anos, que tenham antecedente de anemia com causa desconhecida. A previsão é aplicar 100 testes por dia para diagnóstico da doença.
Para fazer o teste, é preciso apresentar RG, CPF e cartão do SUS. É necessário passar pela triagem hematológica para avaliação específica. Após esse passo, o paciente pode solicitar atendimento pelo e-mail [email protected]. Para os pacientes já acompanhados pelo serviço, as consultas devem ser agendadas pelos telefones (71) 3116-5675 ou 3116-5676, das 8h às 19h, de segunda a sexta-feira, ou por email, no endereço [email protected].
O centro irá ofertar atendimento em hematologia, ortopedia, hepatologia, neurologia, oftalmologia, além de nutricionista, psicólogo, odontologia, fisioterapeuta, assistente social e assistência farmacêutica.