Investigação

PF apura ida de Torres à Bahia nas vésperas do segundo turno

A PF investiga se o ex-ministro de Bolsonaro foi à Bahia para tratar de fiscalização contra eleitores petistas.

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O ex-ministro da justiça, Anderson Torres, com o ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

Uma viagem de Anderson Torres à Bahia entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2022 fez com que uma investigação sigilosa fosse montada para apurar a operação da Polícia Rodoviária Federal que bloqueou as estradas do Nordeste no dia do segundo pleito.

Na apuração citada, a PF investiga se houve, por parte do ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, abordagens feitas com a intensão de impedir que eleitores do hoje presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PL) chegassem aos locais de votação.

Segundo informações da coluna da Malu Gaspar, do jornal O Globo, os delegados apuraram que em outubro, o ex-ministro da Justiça Torres e os assessores se reuniram com o superintendente da Polícia Federal na Bahia, Leandro Almada, e seus dois assessores diretos, os delegados Flávio Marcio Albergaria Silva e Marcelo Werner Derschum Filho.

A ida era intencional, para ordenar pessoalmente que a Polícia Federal se engajasse, com equipes e trabalho de inteligência, na operação que o Ministério da Justiça planejou com a Polícia Rodoviária Federal de parar todos os ônibus e veículos que transportariam eleitores no domingo do segundo turno com qualquer tipo de irregularidade.

"A função de vocês aqui é tão estratégica que se eu pudesse trocaria de lugar com vocês", disse Torres ao grupo reunido na superintendência da PF, segundo relatos das testemunhas que participaram da reunião.

O ex-ministro da Justiça justificou a ação dizendo que o ministério estava recebendo muitas denúncias de compras de voto por petistas no Nordeste. Para ele, tal fator explicava a grande diferença entre a votação de Lula e a de Bolsonaro durante o primeiro turno. Na Bahia, Lula tinha tido 5,8 milhões de votos (69,73%), contra 2 milhões (24,31%) do então ex-mandatário.

Segundo Torres, a inteligência da pasta da Justiça informou que os petistas pretendiam causar confusão no dia do segundo turno, por isso, a operação para supervisionar os veículos foi instalada.

O ex-ministro queria ainda que a Polícia Federal colocasse pelo menos 90% das frotas nas ruas e estradas daquele domingo, o que não seria comum para o período.

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