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Respeito às mulheres

Mulheres querem respeito aos direitos, não empatia, diz Cármen Lúcia ao rebater Nunes Marques

Fala da ministra foi feita durante julgamento do TSE que cassou vereadores eleitos pelo Cidadania em Itaiçaba (CE).


A ministra Cármen Lúcia (foto) afirmou que a declaração de Nunes Marques soou "quase paternalista" e disse que "da Justiça, não se quer empatia, se quer cumprimento da Constituição e da lei"

A ministra CĂĄrmen LĂșcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , disse nesta quinta-feira (27) que as mulheres não podem ser tratadas como "coitadas" e devem ter seus direitos respeitados na disputa eleitoral.

Na manhã de hoje, a ministra participou do julgamento no qual o TSE determinou a cassação de vereadores eleitos pelo partido Cidadania, em Itaiçaba (CE). De acordo com o tribunal, o diretório local fraudou a cota de gĂȘnero nas eleições municipais de 2020. A fraude ocorre quando são utilizadas candidaturas fictĂ­cias apenas para cumprir a lei.

"Nós, mulheres, sabemos o que é ser tratada em desvalor. Não é desvalorizando e achando que mulheres são coitadas, porque não somos. Somos pessoas autônomas, em condições iguais a dos homens e, por isso, quando se fala que o partido abandonou, como outrora se diz, porque o marido abandonou a coitada. Não tem coitada, não. Nós não queremos ser coitadas, queremos ser cidadãs", afirmou.

Respeito aos direitos da mulher

O desabafo de CĂĄrmen LĂșcia ocorreu após o ministro Nunes Marques afirmar durante o julgamento que o JudiciĂĄrio deveria ter "empatia" nos casos de mulheres que são usadas pelos partidos apenas para cumprimento da cota e não recebem apoio para realização efetiva de campanhas.

"A partir do momento em que ela [candidata] se filia, hĂĄ completo abandono do diretório municipal em relação à candidatura. A gente precisa ter um pouco de empatia com essas mulheres que se candidatam e são abandonadas pelo partido. Nunca participaram de uma campanha eleitoral, não sabem como percorrer esse caminho durante o pleito", afirmou o ministro.

Ao rebater Marques, a ministra afirmou que as mulheres querem respeito aos seus direitos.

"O que a gente quer não é empatia. É respeito aos nossos direitos. É preciso reconhecer [a mulher] como pessoa dotada de autonomia e capaz, sem precisar de ser amparada, cotejada", completou CĂĄrmen.

No julgamento, o TSE decidiu, por 4 votos a 3, que os votos recebidos pelos vereadores acusados de fraudar a cota de gĂȘnero serão anulados e nova totalização deverĂĄ ser feita para que outros candidatos passem a ocupar as vagas.

Pela lei eleitoral, os partidos devem preencher mĂ­nimo de 30% e mĂĄximo de 70% para candidaturas de cada sexo.

@portalgiraba

CĂĄrmen LĂșcia rebate Nunes Marques em ação sobre cota para mulheres: "Não somos coitadas". Ela rebateu argumentos do ministro, que alegou a necessidade de haver mais "empatia" nos julgamentos de cotas para mulheres.

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