A Polícia Federal encontrou mensagens no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que indicam um roteiro para um golpe de Estado. As informações são da revista Veja.
Nas mensagens, Cid foi cobrado por integrantes das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a realizar um golpe de Estado, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022. O tenente-coronel está preso desde o dia 3 de maio e se manteve em absoluto silêncio durante depoimento à Polícia Federal.
Segundo a Veja, a maioria das mensagens teve o coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, como remetente. Elas foram enviadas durante o mês de dezembro.
Outras foram enviadas por um grupo de militares e algumas de Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel. A Ticiana Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas, também aparece nos textos.
Cid respondia as cobranças em poucas palavras. Ele disse "infelizmente" quando Lawand percebeu que não seria possível realizar um golpe.
Além disso, uma espécie de roteiro para a instauração de um golpe de Estado foi encontrado no celular de Mauro Cid. Nele, Bolsonaro nomearia um interventor, que estaria no comando da Polícia Federal e poderia suspender atos que ele considerasse inconstitucionais.
Em uma das fases do plano, havia a etapa de afastar os ministros do Tribunal Superior Eleitoral alegando que eles seriam os "responsáveis pela prática de atos com violação de prerrogativa de outros Poderes", de acordo com o documento.