O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha o objetivo de anunciar na última sexta-feira (18) quais ministérios seriam comandados por André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). No entanto, o petista adiou o comunicado devido aos escândalos envolvendo joias e a tentativa de fraude nas eleições de 2022, associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
A justificativa usada pelo chefe do Executivo federal é que a imprensa estava inteiramente concentrada nos desdobramentos relacionados ao capitão da reserva, Mauro Cid, e ao hacker Walter Delgatti. Na avaliação de Lula, ninguém daria importância à chegada dos novos ministros.
Seus aliados e líderes do Centrão concordaram e optaram por apoiar a decisão do presidente. Eles continuarão as discussões ao longo do fim de semana para resolver algumas questões pendentes e definir a data dos anúncios.
Contudo, apesar de usar Bolsonaro como justificativa, Lula aproveitou o momento para ganhar um pouco mais de tempo. Ele está indeciso em relação à pequena reforma ministerial que planeja realizar nos próximos dias.
Ficou decidido que André Fufuca ficará responsável pelo Ministério de Desenvolvimento Social, pasta atualmente sob a administração de Wellington Dias (PT-PI), enquanto Silvio Costa Filho administrará Portos e Aeroportos, setor atualmente chefiado por Márcio França (PSB-SP).
No plano delineado por Lula, o Bolsa Família deixará o MDS e passará para a pasta de Gestão. Márcio França, um grande aliado de Geraldo Alckmin (PSB-SP), será realocado para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, atualmente sob a responsabilidade do vice-presidente da República.
Contudo, o petista ainda está em dúvida sobre manter Alckmin com o MDICS e criar uma nova pasta para cuidar dos médios e pequenos empreendedores, colocando França como responsável pelo ministério.
Lula e a preocupação com o PP e Republicanos
Outra preocupação de Lula diz respeito à ameaça pública feita pelos presidentes do PP e do Republicanos a Fufuca e Costa Filho. Tanto Ciro Nogueira quanto Marcos Pereira afirmaram que afastariam os deputados de suas lideranças partidárias caso eles se tornassem ministros.
O presidente da República teme que, mesmo oferecendo ministérios ao PP e ao Republicanos, possa enfrentar boicotes no Congresso Nacional.
Lula planeja discutir essa questão com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a fim de garantir total apoio das pautas do Palácio do Planalto entre os deputados.
Fonte: Portal iG