CITOU DADOS DO BC

Neto Carletto critica taxas de juros dos bancos no Brasil

Segundo o parlamentar, isso é motivo de indignação e protestos.

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O deputado federal Neto Carletto (PP) - Foto: Reprodução

Em discurso na Câmara, o deputado federal Neto Carletto (PP) trouxe à tona a crescente preocupação em relação às altas taxas de juros praticadas pelos bancos no Brasil. Segundo o parlamentar, isso é motivo de indignação e protestos.

"Precisamos tomar providências urgentes para proteger a população dos abusos praticados pelo sistema financeiro. O acesso a linhas de crédito no Brasil é escasso e muito caro. Os juros praticados pelos bancos não condizem com o momento que vivemos, de inflação sob controle, de desemprego em queda e de aumento do otimismo dos mais variados setores econômicos", pontuou.

De acordo com Neto, com base em dados divulgados pelo Banco Central, a Caixa Econômica Federal tem cobrado juros de 38,5% e o Banco do Brasil, de 44,8% ao ano, em média, das empresas que buscam empréstimos para capital de giro.

"Para as pessoas físicas, a taxa de juros média do BB nos empréstimos para aquisição de bens que não sejam veículos e imóveis é de 33,15%. Isso é um absurdo! E há situações ainda piores em outras instituições financeiras. A lista divulgada pelo Banco Central na internet é estarrecedora. Não estou nem falando das taxas cobradas nos cartões de crédito e nos cheques especiais. Essas são ainda mais ultrajantes. Como o pequeno empreendedor vai se sentir estimulado a investir no seu negócio se ele não tiver acesso a contratos que possam ser cumpridos? As dívidas vão se tornando impagáveis, a economia não prospera e o País deixa de gerar riquezas", explicou.

Ainda em seu pronunciamento o progressista reforçou ser necessário que os bancos se desvencilhem das barreiras de contenção dos tempos de crise e se engajem no movimento de retomada do crescimento.

"A queda dos juros é inadiável. Tanto o Banco Central, em relação à taxa Selic, quanto às instituições financeiras que oferecem crédito no mercado deveriam tratar de reduzir os juros praticados e ampliar o acesso ao crédito. Cabe também ao governo iniciativas nesse sentido, lançando políticas responsáveis de estímulo a linhas de financiamento, especialmente para as pequenas empresas e empreendedores individuais. Nós, membros deste Congresso Nacional, temos o dever de fiscalizar o Banco Central, para que sua atuação esteja em consonância com a lei que estabelece a sua autonomia. As decisões do BC devem ser voltadas para a geração de empregos, para mitigar flutuações danosas da atividade econômica e para tornar o sistema financeiro mais eficiente. Para que esses objetivos sejam alcançados, é indesejável, no momento, qualquer iniciativa ou omissão que prolongue o atual cenário de juros alto", frisou o deputado.

Neto Carletto enfatiza que se o motor da economia está aquecido todos ganham. "As empresas contratam mais e pagam salários melhores; a renda das famílias cresce; o Estado arrecada mais e pode ampliar os investimentos que redundam em melhorias na infraestrutura e no bem-estar dos cidadãos. Temos, nesta Casa, avançado nas reformas estruturantes, como a tributária e a do arcabouço fiscal. Mas é preciso que haja também comprometimento do Banco Central e de todo o setor financeiro para que a prosperidade que buscamos seja duradoura e efetiva", finalizou.

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