Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teceu duras críticas a Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, e questionou a integridade do empresário.
"Falta caráter ao Marçal. Ele me esculhambava até perto da eleição de 2022, chamando-me de "quadrilheiro". Poucas semanas depois, quando não pôde ser candidato à Presidência, mudou de lado. Isso é falta de caráter", disparou Bolsonaro.
O atrito entre os dois não parou por aí. Bolsonaro revelou que, recentemente, teve uma reunião reservada com Marçal, na qual o empresário teria insinuado que o ex-presidente não apoiaria Ricardo Nunes (MDB) na corrida pela prefeitura paulistana.
"Eu reafirmo que apoio o Nunes e não tenho nenhum compromisso com o Marçal", enfatizou.?
Marçal, que já havia feito críticas públicas a Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2022, chegou a cobrar a devolução de R$ 100 mil que, segundo ele, foram doados à campanha do ex-presidente. Em resposta, Bolsonaro questionou a intenção por trás da doação e afirmou que não há registro do valor na lista de doadores investigada pela Polícia Federal.
"Quer contribuir com doação para depois ter uma boquinha no governo ou na prefeitura? É lamentável que um candidato a prefeito de São Paulo tenha essa postura", criticou.
A troca de farpas se intensificou nas redes sociais. Após Marçal elogiar Bolsonaro em uma publicação, o ex-presidente reagiu com ironia, e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, relembrou críticas feitas por Marçal em 2022.
"Estranho. Em 2022 você disse que a diferença entre Lula e Bolsonaro é que um deles tinha um dedo a menos. Só acordou agora?", escreveu Eduardo.
A tentativa de Marçal de atrair o eleitorado bolsonarista, que apoia Ricardo Nunes, foi vista com desconfiança pelos seguidores do ex-presidente. Em meio a essa disputa, Marçal insiste que sua contribuição financeira e apoio durante a campanha presidencial de 2022 merecem reconhecimento, mas Bolsonaro deixou claro que, para ele, não há "nós" nessa história.