Em uma entrevista marcada por tom crítico, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) responsabilizou os ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro, além do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo escândalo bilionário de corrupção no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo Ciro, os desvios começaram ainda na gestão Temer, aumentaram com Bolsonaro e atingiram cifras alarmantes sob o governo Lula.
"O escândalo começou com Bolsonaro. Verdade. Mas começou no Temer, passou no Bolsonaro, na faixa de 200, 300 milhões por ano. No governo Lula, passou para 3 bilhões por ano", afirmou.
Ciro defendeu o aprofundamento das investigações, com a identificação dos responsáveis e a devolução dos recursos desviados.
"Tiraram dinheiro sujo dos aposentados que estão doentes, sofridos. É preciso cadeia e devolução do dinheiro", disse, destacando que após essa fase, é necessário discutir a responsabilidade política pelo caso.
Para ele, essa responsabilidade é compartilhada pelos três presidentes: Temer, Bolsonaro e Lula.
"Ah, vão transferir para auxiliares? Isso é tentativa de queima de fusível", declarou, fazendo uma analogia com o dispositivo elétrico que se queima para proteger a instalação.
O pedetista saiu em defesa do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, a quem chamou de "indivíduo simples" e "sem sinais exteriores de riqueza". Ciro criticou a substituição de Lupi por seu secretário-executivo — apontado como braço direito do próprio Lupi — como parte de uma manobra para abafar a crise.
"Na medida em que o Lula queima, frita o Lupi e nomeia o seu braço direito para o lugar, ele está conseguindo apenas subornar vocês da imprensa", disse, criticando a narrativa de que a troca resolveria o problema.
"Ora, e o que é que o Lupi fez de omissão que o secretário executivo do Ministério, nada mais nada menos que responsável pela gestão, deixou de fazer igual?"
Ciro encerrou sua fala demonstrando indignação com a situação:
"Isto é envergonhante para mim, eu fico morto de vergonha e acho uma indignidade inexplicável".
