
Um ato em defesa da anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 reuniu cerca de 10 mil pessoas na tarde desta quarta-feira (7), em Brasília. Apesar do apelo nacional e da convocação feita por lideranças da oposição, o evento teve baixa adesão e ficou aquém das expectativas dos organizadores.
Mesmo recém-operado e sob orientação médica para repouso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcou presença na manifestação, realizada entre a Torre de TV e a Esplanada dos Ministérios. O ato foi convocado pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), pelo PL e por parlamentares de oposição ao governo Lula.
A marcha percorreu cerca de cinco quilômetros e contou com a participação de figuras conhecidas do bolsonarismo, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), além de outros parlamentares. Durante o trajeto, os manifestantes acompanharam um carro de som de onde foram feitos discursos com duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Parlamentares presentes também entoaram gritos de "Bolsonaro 2026" e "Volta, Bolsonaro", mesmo sabendo que o ex-presidente está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral. Ao discursar, Bolsonaro voltou a defender que a anistia é prerrogativa exclusiva do Congresso Nacional: "O Parlamento votou, ninguém tem que se meter em nada. Tem que cumprir a vontade da maioria do Parlamento, que representa a vontade da maioria do povo brasileiro", afirmou.
O evento teve início com uma oração de tom messiânico, apresentando Bolsonaro como alguém salvo por um milagre para cumprir uma missão divina.