Política

Lula rebate críticas de líderes europeus após participação em comemoração na Rússia

Presidente brasileiro defende presença no evento pelos 80 anos da vitória sobre o nazismo e reforça posição pacífica do Brasil sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista coletiva - Foto: Ricardo Stuckert

Durante coletiva de imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às críticas de alguns países europeus por sua presença em Moscou, onde participou da cerimônia que marcou os 80 anos da derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Segundo líderes europeus, a ida de Lula ao evento compromete sua neutralidade e descredencia sua atuação como possível mediador no conflito entre Rússia e Ucrânia.

"A Europa deveria estar festejando o dia de ontem. Porque quem estava em guerra era a Europa", afirmou o presidente. Lula destacou que países como França, Alemanha e Itália deveriam valorizar a data como um marco da derrota do nazismo. "Graças ao que aconteceu em 1945, o nazismo que estava tomando conta da Alemanha foi derrotado", completou.

Para Lula, as críticas têm cunho político e ignoram a dimensão histórica da data. "Eu não vejo qual é a crítica que se possa fazer de um país que perdeu 26 milhões de jovens, fazer a comemoração que foi feita", disse, referindo-se ao sacrifício da União Soviética durante a guerra.

O presidente reiterou que a posição do Brasil sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia permanece inalterada. "Nós queremos paz", enfatizou. Lula afirmou ter discutido com o presidente Vladimir Putin a importância de uma solução pacífica. "É importante a paz para a Rússia, é importante para a Ucrânia, é importante para os Estados Unidos, é importante para a União Europeia", declarou.

O presidente Lula conversando com o presidente da Rússia, Vladimir Putin - Foto: Ricardo Stuckert

Lula também criticou os altos investimentos em armamento por parte de países europeus. "A Europa vai gastar 800 bilhões de dólares se armando, quando deveria estar gastando metade disso para a gente dar comida para quem está com fome", pontuou. O presidente defendeu que os recursos globais sejam direcionados ao combate à fome, mencionando os 733 milhões de pessoas que não têm o que comer todos os dias.

Por fim, Lula classificou as críticas como "pequenas" e "egoístas", afirmando que qualquer ato, até mesmo um baile de carnaval, pode ser politizado injustamente. "É pequenez pensar assim. Sinceramente, é pequenez pensar assim", concluiu.

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