O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (24) que sua gestão tirou o Palácio do Planalto das páginas policiais e negou haver corrupção em seu governo. A declaração foi uma resposta a uma pergunta do candidato Felipe D"Ávila (Novo) no debate realizado pelo SBT.
Segundo Bolsonaro, as acusações imputadas a ele não possuem provas e relembrou das acusações de pedido de propina na comissão da Covid-19. O presidente ainda citou que colocou técnicos em ministérios e diz não ter aceitado a participação de partidos nas pastas.
"Três anos e oito meses que você não vê corrupção no meu governo. Quando acusam, tipo uma CPI fajuta aí do Senado, é só suposições. "Ah, tentaram pegar uma propina", nada foi pago a essas empresas. Nós demos o exemplo, como? Escolhendo pessoas certas para os ministérios. Nós não aceitamos indicações político-partidárias para os ministérios", afirmou.
Entretanto o governo foi alvo de investigações e houve acusações contra Bolsonaro, seus filhos e membros de seus ministérios nos últimos três anos. Além de retardar a compra da vacina contra a Covid-19, o Ministério da Saúde, por exemplo, foi acusado de cobrar propina de US$ 1 por dose da Covaxin.
Fora isso, membros do governo foram acusados de participar de atos antidemocráticos, além do próprio presidente ser investigado por falas contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Os filhos do presidente também foram alvo de investigações. O senador Flávio Bolsonaro foi acusado de praticar rachadinha – quando funcionários devolvem parte dos salários – em seu gabinete na Assembleia Legislativa. Mais recentemente, Bolsonaro e sua família foram acusados pela compra de 51 imóveis em dinheiro vivo, valor que não foi explicado pelo candidato à reeleição.
Já em ministérios, Bolsonaro foi citado pelo ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, por solicitar a visita de pastores no MEC. No áudio, Ribeiro pedia propina para liberar recursos da pasta para determinados municípios. A Polícia Federal investiga o caso e o STF acompanha a tramitação das apurações.
Ao ser questionado por D"Ávila, Bolsonaro ainda minimizou o uso do Orçamento Secreto para conseguir aprovar propostas do Planalto no Congresso Nacional.
"O orçamento secreto eu vetei e o Senado derrubou o veto, com o apoio das senadoras aqui. Eu não tenho qualquer acesso ao orçamento secreto. Então, esse dinheiro, R$ 18 bilhões atualmente, poderia seria muito melhor distribuído para áreas do governo", declarou.