Um dia de fúria

Bolsonaro ficou furioso com Guedes após Lula baixar preço do gás, diz colunista

Ex-presidente havia pedido para Paulo Guedes abaixar o preço do gás de cozinha no primeiro semestre do ano passado, mas o ministro teria dito que era impossível.

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Paulo Guedes e Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro (PL) entrou em contato com o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, para questionar o motivo do seu governo, encerrado em 2022, não ter baixado o preço do gás de cozinha. Ele ficou furioso com o aliado ao ver que a promessa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi cumprida nessa semana e cobrou satisfações porque se sentiu enganado.

Uma fonte teria revelado à coluna de Daniel César, do Ig Último Segundo, que o ex-presidente mandou uma mensagem muito desaforada para o ex-ministro da Economia. "Você não falou que iria baixar, pô?", teria questionado Bolsonaro. O teor completo da conversa teria sido bem mais violento e os ânimos entre os dois ficaram acirrados. "O Paulo não gostou de ser questionado como se ainda fosse empregado do ex-presidente e respondeu à altura".

O questionamento do ex-mandatário se deu porque ele pediu para Guedes diminuir o preço do gás na canetada, isso ainda no primeiro semestre do ano passado, para tentar vencer as eleições. A resposta à época foi de que seria impossível interferir na Petrobrás e determinar que o gás de cozinha diminuísse o preço artificialmente. "O Guedes avisou que isso afetaria a empresa, o governo e traria um efeito cascata".

Uma frase que chamou a atenção em 2022, segundo aliados de Paulo Guedes ouvidos pela coluna, foi que teria convencido Bolsonaro. "Não dá para agradar pobre toda hora. Se você agrada pobre, desagrada o rico e quem manda no país é o rico", teria afirmado Guedes quando estava no cargo de ministro. O presidente concordou e deixou a ideia de lado.

Acontece que, com menos de cinco meses completos no cargo, Lula fez o que prometeu na campanha toda e foi ridicularizado por Bolsonaro e seus aliados: baixou o preço do gás de cozinha. O ex-presidente acompanhou de perto a reação do mercado, que reagiu bem às mudanças em relação a nova política de preços adotadas pela Petrobrás, e ficou enfurecido ao perceber que o efeito cascata que prejudicaria a estatal e ao governo, prometido por Guedes, não aconteceu.

O ex-ministro, no entanto, não gostou da cobrança e se recusou a dar qualquer explicação. "Desapega", teria dito ele entre troca de ofensas e palavrões das duas partes. Segundo uma das pessoas próximas a Bolsonaro, ele foi até bloqueado pelo ex-aliado. "Acabou o amor", encerrou.

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