O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) acredita as chance de se tornar inelegível são reais, portanto, estará impossibilitado de concorrer à presidência em 2026. Caso sua inelegibilidade se concretize, ele trabalhará com a narrativa de que é alvo de perseguição política e tentará emplacar alguém de sua confiança para disputar a eleição contra o PT. Entre os nomes que surgem, está Romeu Zema (Novo-MG).
De acordo com apuração do repórter Naian Lucas Lopes, o ex-mandatário até gosta do perfil do mineiro, mas o vê como uma figura "independente", ou seja, não irá representá-lo caso seja eleito presidente em 2026.
O ex-presidente pediu para que o seu grupo político não dê espaço para as falas e feitos de Zema. Ele quer que o protagonismo seja jogado para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Bolsonaro já avisou que, caso esteja inelegível, fará de tudo para que seu ex-ministro da Infraestrutura concorra ao cargo de chefe do executivo federal. O ex-governante do país vê Tarcísio com qualidades técnicas para presidir o Brasil, além de ter nas mãos a máquina do estado paulista.
O ex-presidente não tem preocupação com a ligação de Freitas com Kassab, porque entende que é necessário ter o ex-prefeito de São Paulo como um articulador para que projetos do Palácio dos Bandeirantes sejam aprovados na Alesp.
Bolsonaro também considera natural a "desarticulação" de Tarcísio na hora de negociar com os deputados estaduais. Ele argumentou para aliados que é normal bater cabeça no começo de governo e que o ex-ministro aprenderá com o tempo como conversar com cada grupo.
Além disso, o ex-presidente relatou que, mesmo discordando de muitos pontos de Tarcísio e senti-lo distante em alguns momentos, é um dos poucos que demonstra gratidão pública ao falar dele para a imprensa.
Zema não é 100% bolsonarista
O ex-presidente sabe que Zema quer emplacar como o candidato do bolsonarismo. Porém, Bolsonaro sinalizou que não dará muita atenção ao governador mineiro neste momento. A ideia é deixá-lo de lado, dando enfoque a Tarcísio.
O ex-ocupante do Planalto esperará o fim das eleições de 2024 para decidir qual posto colocará o mineiro no seu grupo: de coadjuvante ou protagonista.
Bolsonaro não confia 100% em Zema. Caso fique inelegível, ele quer um representante que esteja totalmente alinhado aos seus ideais.