A senadora e relatora da CPMI do 8 de janeiro, Eliziane Gama (PSD-MA), disse que não vai aceitar "avacalhar" os trabalhos da comissão e que vai pedir a prisão de quem mentir durante os depoimentos.
"Se tiver falso testemunho na CPI, pedido de prisão será feito. Nós não vamos aceitar avacalhar os trabalhos da comissão. E eu, como relatora, não vou aceitar achar que vem para a comissão tripudiar ou tentar manipular ou instrumentalizar o colegiado", disse Eliziane, em entrevista ao jornal O Globo.
Embora não tenha descartado a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à CPMI, Eliziane afirmou que é "muito cedo" para associar a articulação dos atos golpistas ao ex-mandatário. "Vamos apresentar nosso plano de trabalho, se a gente vir que há necessidade de chamarmos o ex-presidente, vamos chamar", disse.
A comissão dos atos antidemocráticos foi instaurada em 25 de maio no Congresso e, até o momento, os parlamentares que participam do órgão apresentaram mais de 750 requerimentos. Entre os pedidos, estão solicitações de convocação, quebra de sigilo bancário e telefônico, além do envio de informações por órgãos do governo.
O presidente da comissão, deputado federal Arthur Maia (União-BA), disse que não tem "investigação de estimação". Ao jornal, o parlamentar afirmou que, "se houver indícios contra qualquer pessoa que seja", ele colocará o "requerimento em pauta e o plenário decidirá".
Arthur Maia ainda disse que não vai permitir que a CPMI vire uma "anarquia".