Deputados tiveram um bate-boca durante sessão da CPMI do 8 de janeiro desta terça-feira (20) após a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), perguntar sobre uma suposta agressão a um frentista pelo ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, ouvido hoje pela comissão. Após interrompê-la mais de uma vez e protestar contra a condução da sessão, Eliziane mandou o deputado delegado Éder Mauro (PL-PA) "calar a boca".
Durante a fala, Eliziane disse que o frentista teria sido agredido pelo depoente após se recusar a lavar uma viatura, quando ele ainda ocupava o cargo na PRF.
O caso não é relacionado aos atos antidemocráticos registrados em Brasília, no início do ano, e irritou parlamentares da oposição. Depois disso, a sessão precisou ser interrompida até que o bate-boca se encerrasse.
"Eu estou fazendo uma pergunta e não estou pedindo que o depoente responda o que eu quero. Eu estou pedindo para ele não enrolar. Estou pedindo para ele falar e responder o que eu perguntei. Eu não vou permitir que um depoente venha para cá tripudiar sobre esta relatoria", afirmou a relatora.
Ela foi interrompida, aos gritos, pelo deputado delegado Éder Mauro (PL-PA), que protestava contra o questionamento. Após ter a fala cortada mais uma vez pelo parlamentar, Eliziane mandou ele ficar quieto. Éder teve, então, o microfone silenciado.
"Não vou aceitar que parlamentar nenhum tente cercear minha voz. Deputado, vossa excelência nem é integrante desta comissão. Então, simplesmente, se cale. Se cale, porque quem está falando é a relatoria da comissão e eu não vou aceitar nem você, nem ninguém. Vá gritar em outro lugar, aqui não, respeite a comissão. Cale a sua boca, respeite a comissão. Cale a boca", rebateu Eliziane.
Depois do ocorrido, o presidente da comissão, Arthur Maia (União Brasil-BA), suspendeu a sessão desta manhã por cinco minutos, até que as pessoas que estavam na CPMI se acalmassem.
Após a pausa, Silvinei respondeu à pergunta da relatora. Ele disse que foi condenado em primeiro grau na Justiça Cível de Santa Catarina pela suposta agressão, mas que está recorrendo da decisão, porque a história é "fantasiosa".