Na manhã desta sexta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a parte do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) que determina sanções em caso de descumprimento de obrigações pelos países integrantes é uma "ameaça a um parceiro estratégico". A declaração foi dada ao lado do mandatário da França, Emmanuel Macron, em Paris.
"Eu estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível, a carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico", disse Lula.
O acordo, que é negociado desde 1999, agora está em fase de revisão para que seja feita a assinatura. A UE, no entanto, enviou ao Mercosul uma carta adicional com instrumentos a serem acrescentados no pacto — que foi o que Lula classificou como "ameaça".
Lula está em Paris desde essa quinta (22), cumprindo agenda na Europa. Antes disso, ele esteve em Roma e no Vaticano, onde se encontrou com o Papa Francisco e autoridades italianas.
Ontem, o presidente se reuniu com quatro líderes estrangeiros na capital francesa e ainda discursou no festival "Power Our Planet", onde reforçou a importância da preservação da Floresta Amazônica e prometeu acabar com o desmatamento na região até 2030. Na ocasião, o petista afirmou que os países que fizeram a revolução industrial têm uma "dívida histórica" pela poluição causada ao planeta.
Segundo ele, as grandes potências da Europa devem financiar ações de preservação do meio ambiente em nações em desenvolvimento, como o Brasil.