Independência da Bahia

Há 200 anos baianos foram às ruas expulsar as tropas portuguesas que queriam dominar a região

Mesmo com a Proclamação da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, por Dom Pedro I, os portugueses não quiseram sair do país.

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Tela 'O Primeiro Passo para a Independência da Bahia', de Antônio Parreiras, retrata a luta pela libertação no estado - Foto: Reprodução

Falar da Independência da Bahia é contar um dos mais importantes fatos históricos do território baiano e do Brasil. A luta pela Independência da Bahia, também conhecida por "2 de Julho", teve a participação de mulheres em uma época onde elas eram proibidas de exercer muitos direitos. Entre elas destacam-se Sóror Joana Angélica, Maria Quitéria e Maria Felipa, todas "baianas arretadas" que não mediram esforços para defender seu povo contra a invasão das tropas portuguesas.

A história da Independência da Bahia conta as lutas que ocorreram para expulsar as tropas portuguesas que estavam instaladas em Salvador desde fevereiro de 1822. Mesmo com a Proclamação da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, por Dom Pedro I, os portugueses não quiseram sair do país. Por isso, houve um período de guerra que perdurou até a expulsão das tropas portuguesas, em 2 de julho de 1823.

Nesse contexto, o recôncavo baiano teve importante participação. A cidade de Cachoeira foi palco do início das movimentações pela independência onde senhores de engenhos, classe trabalhadora, membros das Irmandades e Congregações se reuniram para elaborar o plano de libertação.

Milhares de baianos foram para Cachoeira e se alistaram como voluntários no exército das tropas que seguiram para Salvador. Então, no dia 25 de junho de 1823, todos foram para a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário onde a multidão os aguardava em apoio à luta. Entre os voluntários estava Maria Quitéria.

Outro importante local de batalha foi a Ilha de Itaparica, que em 7 janeiro de 1823 foi invadida pelos navios portugueses. Nesse contexto, Maria Felipa atuou na liderança para vencer as tropas de Portugal.

Já em Salvador, tropas portuguesas e brasileiras ocuparam diversas ruas da capital baiana. Inclusive, um grupo de portugueses tentou invadir o Convento da Lapa, onde a Sóror Joana Angélica morreu ao impedir a entrada dos invasores.

O povo baiano levantou-se em armas contra o colonizador e travou batalhas para expulsar definitivamente as tropas da Coroa e consolidar a independência do Brasil. As lutas contra as forças coloniais duraram quase um ano e só terminaram em 2 de julho de 1823, quando os portugueses foram expulsos da Bahia e a independência do Brasil consolidou-se em definitivo.

As heroínas da guerra da Independência da Bahia

Joana Angélica

A abadessa Joana Angélica se destacou na luta pela Independência da Bahia pela bravura e coragem ao enfrentar tropas portuguesas dispostas a invadir o Convento da Lapa, localizado no centro da cidade de Salvador.

Em fevereiro de 1822, soldados tentaram invadir o Convento da Lapa, onde estava Joana Angélica e outras freiras, sob o pretexto de que o local abrigava "patriotas" que dispararam contra as tropas do brigadeiro Madeira de Melo.

Para proteger as irmãs, Joana Angélica colocou-se à frente da porta do convento e, então, teria dito : "Para trás, bárbaros! Respeitai a casa de Deus! Só entrarão passando por cima do meu cadáver!".

Diante disso, um soldado da tropa deu um golpe mortal de baioneta em Joana Angélica, que tinha 60 anos de idade, e veio a óbito no local. As demais religiosas conseguiram fugir pelo fundo do convento.

Maria Quitéria

Maria Quitéria lutou vestida de homem para ajudar o exército a expulsar as tropas portuguesas da Bahia. Em setembro de 1822, o Conselho Interino do Governo da Província passou a recrutar homens para lutar. Sabendo da notícia, Maria Quitéria saiu de casa escondida, usou a farda que pegou do cunhado e se alistou com os documentos dele no Regimento de Artilharia, ficando conhecida como "soldado Medeiros". Mas a farsa foi descoberta poucas semanas depois. Ainda assim, ela continuou nas forças patrióticas, no Batalhão dos Periquitos e acrescentou um saiote à sua farda.

Maria Felipa

Maria Felipa comandou dezenas de mulheres na luta pela independência do Brasil no estado da Bahia. Segundo relatos históricos, o grupo liderado por ela foi responsável por queimar 42 embarcações portuguesas e ter dado surra de cansanção em homens portugueses. Em 26 de julho de 2018, Maria Felipa foi declarada "Heroína da Pátria Brasileira" pela Lei Federal nº 13.697, juntamente com a Sóror Joana Angélica e Maria Quitéria.

Fonte: Educa Mais Brasil e Agência Senado

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