O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), foi aconselhado a não enfrentar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). O antigo chefe do Executivo Federal ficou revoltado com o posicionamento do governante paulista a favor da reforma tributária.
De acordo com o repórter do iG, Naian Lucas Lopes, a irritação foi exposta nesta quinta-feira (6). Os dois políticos participaram de uma reunião com parlamentares do PL, em Brasília, e Bolsonaro confirmou sua indignação com a entrevista de Tarcísio, ao lado do ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad (PT-SP), a favor da reforma.
"Ontem [quarta-feira], muita gente ficou chateada com o Tarcísio, até eu. Mas vamos conversar, pô. Conversei com ele", comentou o ex-presidente. "Tarcísio não tem, com todo respeito, a experiência política que muitos de vocês têm".
Com o clima pesado, o governador tentou se explicar, mas não obteve sucesso. Todos apenas escutaram atentamente ao discurso de Bolsonaro. O recado era claro: Freitas precisa seguir a cartilha do ex-governante do país ou será criticado pelos bolsonaristas.
Ao perceber que não haverá diálogo com o ex-presidente sobre o tema, já que a decisão dele é fazer oposição custe o que custar, Tarcísio decidiu recuar e não ir para o confronto.
O comportamento retraído do governador recebeu o apoio de aliados, que o aconselharam a manter uma postura serena e paciente. O grupo que está ao lado de Tarcísio defende que ele evite falar da reforma e, caso seja questionado pela imprensa, dê opiniões "escorregadias", como "o projeto está sendo estudado" e "vamos defender o que é melhor para o Brasil".
