Com a divulgação dos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública na última quinta-feira (20), os cidadãos de Jequié viram o nome da cidade estampado nos principais jornais do País. A cidade com quase 160 mil habitantes ganhou o título de mais violenta do Brasil, com uma taxa de 88,8 homicídios a cada 100 mil habitantes em 2022. Parte da população, porém, questiona esses dados e defende que Jequié não é violenta.
Em uma publicação de um portal local no Instagram, os comentários ficaram divididos entre aqueles que creditavam o alto indíce de assassinatos a um despreparo da polícia baiana e aqueles que não acreditavam na publicação.
"Que notícia mentirosa é essa? Se fosse considerada a mais violenta da Bahia, não estava correto, imagine do país", escreveu uma internauta.
O radialista Demi Alves, de 48 anos, expressou a mesma indignação.
"Essa pesquisa é a mesma coisa que uma nota de 210 reais. Acredito que nenhum jequieense acredita que nossa cidade é a mais violenta", disse ele na publicação.
O Portal Terra entrou em contato com Demi, que não negou que a cidade de Jequié tenha um alto número de homicídios, mas essas mortes, segundo ele, não estariam afetando o dia a dia na cidade.
"As mortes são por causa de brigas por tráfico, e trocas de tiro com a polícia. Eu digo, assim, se tivesse latrocínios, estupros, ou um vizinho brigou e matou outro, mas não tem. As mortes que têm aqui em Jequié são do tráfico, que é normal, em todo lugar do mundo acontece isso", minimiza o radialista.
Ele mesmo afirmou ao Terra que apenas nesta semana foram duas mortes na região. "Se não me engano, este ano, mais de 80 pessoas morreram em Jequié", diz.