DECISÃO

Líderes do Brics devem anunciar expansão do bloco para mais 5 países

Irã, Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito despontam como candidatos; Brasil não deve vetar qualquer país anunciado.

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Líderes do Brics em Johanesburgo, na África do Sul - Foto: Ricardo Stuckert

O Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – deve anunciar, de forma conjunta, uma expansão do grupo para mais cinco países. A decisão vem se costurando durante a Cúpula em Johanesburgo, na África do Sul, iniciada nessa terça-feira (22) e que tem como tema, justamente, debater a expansão do grupo.

O grupo estuda uma expansão de cunho político, com países já pertencentes ao G20. Irã, Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Egito despontam como candidatos. O governo brasileiro demonstrou que não deve vetar qualquer país que seja anunciado.

Vladimir Putin, o líder russo, não viajou à África do Sul, sob o risco de ser preso pelo Tribunal Penal Internacional em decorrência da invasão ao território ucraniano, mas participou das discussões por meio de videoconferência. Sergey Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia, foi pessoalmente ao encontro no seu lugar.

Negociada ao longo dos últimos meses, a expansão do Brics precisou de um retiro dedicado ao tema para avançar o diálogo. A China, representada pelo presidente Xi Jinping, cobrou agilidade na decisão. "Devíamos permitir que mais países se juntem à família Brics e reunir sabedoria para tornar a governança global mais justa e razoável", disse.

A China vem defendendo uma expansão ampla do grupo, com a ideia de admitir duas dezenas de países de uma única vez. Brasil e Índia temem que esse novo desenho do bloco seja encarado como uma aliança anti-Ocidente e antagonista aos Estados Unidos e ao G7. Por isso, defendem uma ampliação mais comedida e controlada.

Nessa terça, o presidente Lula (PT) defendeu, durante sua live semanal, que é necessário um grau de compromisso dos países interessados em entrar no Brics. "Para possibilitar a entrada de novos países, temos que limitar uma certa coisa que todo mundo concorde", afirmou. "Porque se não tiver um grau de compromisso dos países que entram no Brics, vira uma Torre de Babel".

Contudo, o chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira (23) que regras para entrada de novos países ao bloco devem ser definidas somente depois que as nações forem estabelecidas. "Escolhe os países, depois define os critérios", falou.

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