Presidente da França

Macron se posiciona contra o acordo entre Mercosul e União Europeia

O francês se posicionou sobre o tema neste sábado (2).

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Reunião com o Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, na Expo Dubai. Dubai - Emirados Árabes Unidos - Foto: Ricardo Stuckert

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou veementes objeções ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, classificando-o como antiquado e "mal remendado".

A declaração ocorreu neste sábado (2) após um encontro bilateral com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a COP 28 em Dubai.

As negociações entre Mercosul e União Europeia estavam em estágio avançado, com o governo brasileiro buscando finalizar o acordo na próxima semana, antes da posse do novo presidente argentino, Javier Milei, conhecido por suas críticas ao Mercosul.

O acordo, negociado desde 1999 e envolvendo 31 países, propõe a isenção ou redução de impostos de importação. No entanto, Macron argumentou que a versão atual vai na contramão com as políticas ambientais e ambições do Brasil.

"E é justamente por isso que sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele [Lula] está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo [...] Não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado que desmantela tarifas", pontuou.

O presidente francês enfatizou que o acordo vai impor esforços significativos aos agricultores e indústrias francesas na redução de emissões de carbono, enquanto eliminaria tarifas para produtos que não seguem as mesmas regras ambientais.

Lula respondeu Macron

Em resposta às críticas de Macron, Lula afirmou que o presidente francês tem o direito de expressar seu ponto de vista e destacou o histórico protecionista da França. O petista reiterou o compromisso do Brasil em se posicionar como líder na agenda verde global.

"Cada país tem o direito de ter uma posição. A França sempre foi o país mais duro para se fazer acordos, porque a França é mais protecionista. Não é a mesma posição da União Europeia", posicionou-se Lula.

Histórico de impasses para selar o acordo

Este não é o primeiro impasse envolvendo a França nas negociações Mercosul-UE. Questões ambientais já foram anteriormente levantadas, com Macron se opondo ao acordo em 2019 devido a preocupações sobre o compromisso ambiental do Brasil.

Questões como compras governamentais e a nova lei europeia do desmatamento foram apontadas como pontos de dificuldade nas negociações. Enquanto a União Europeia buscava uma participação equitativa de empresas em licitações governamentais, o Brasil defendia a retirada desse ponto.

Lula e a presidente da União Europeia

Na sexta (1º), Lula se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para discutir o acordo. Von der Leyen manifestou o comprometimento da União Europeia em superar as barreiras e concretizar o acordo, apesar dos desafios enfrentados.

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