O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a dizer na última quinta-feira (11) que vai fechar o Banco Central, uma de suas promessas de campanha. De acordo com ele, o país enfrenta "um processo de rearranjo de preços" e, por isso, haverá "um período de inflação com números horríveis".
Milei deu as declarações em entrevista à rádio La Red . Ao ser questionado pelo jornalista se pretendia dolarizar a economia, Milei respondeu: "Mais cedo ou mais tarde, vou fechar o Banco Central".
Nessa quinta, o Instituto de Estatística e Censos (Indec) da Argentina informou que a inflação no país foi de 211,4% em 2023. Essa é a maior taxa anual desde a hiperinflação em 1990, quando os argentinos lidaram com uma alta superior a 1.300%.
Os resultados de dezembro de 2023 mostram que os preços para o consumidor subiram 25,5% no mês, contra 12,8% em novembro. A disparada é consequência de uma série de medidas do governo de Milei, que tomou posse no mês passado.
Antes de ele ser eleito presidente, o país já vinha enfrentando uma inflação muito alta. Em novembro, por exemplo, o índice acumulado no ano chegou a 148,2%.
O presidente argentino disse estar "disposto a privatizar o Banco Nación e todas as empresas estatais". Segundo ele, "as pessoas têm consciência do desastre" que o seu governo herdou e "sabem que têm de passar por um momento difícil para o ultrapassar".
Milei afirmou que sua gestão realizou a "negociação mais rápida da história" com o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Aplicamos um plano de ajustamento muito mais profundo do que o solicitado pelo FMI", disse ele.
O acordo entre a Argentina e o FMI, firmado na última quarta (10), vai permitir o desbloqueio de US$ 4,7 bilhões. O governo, por outro lado, comprometeu-se a transformar o deficit primário em superavit e aumentar as reservas líquidas.