Tribuna do Senado

Mourão cobra reação das Forças Armadas contra 'arbítrios' do STF

Senador e ex-vice-presidente diz que comandantes não podem se omitir diante de processos arbitrários que atingem integrantes das Forças.

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O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) - Foto: Geraldo Magela

O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) usou a tribuna do Senado nesta quinta-feira (8) para, em reação à operação da Polícia Federal, afirmar que o país vive uma situação de "não normalidade" e que as Forças Armadas precisam reagir ao que chamou de "arbítrios" e processos ilegais conduzidos contra militares por parte do Supremo Tribunal Federal.

"Não tenho a mínima dúvida de que estamos caminhando para a implantação de um regime autoritário de fato no país", disse. "O que se vislumbra nessa onda de prisões e apreensões deflagrada hoje é a intenção de caracterizar as manifestações da população como fruto de uma conspiração golpista, desqualificando, portanto, toda e qualquer forma de protesto contra o estado de coisas que até 2016 tinha se instalado no Brasil sob a tutela da corrupção e hoje, lamentavelmente sob o arbítrio da nossa Supre Corte", afirmou.

Para o senador, as investigações da PF estão "misturando" diversos assuntos como vacinação, 8 de janeiro e outros com o propósito de atingir indistintamente opositores ao governo Lula. "As medidas persecutórias variam conforme as circunstâncias, cassando uns, prendendo outros, mas não escondem seu objetivo final: a supressão da oposição política no país."

Mourão diz que a oposição precisa se reunir e publicamente denunciar e repudiar os atos que estão ocorrendo. Para ele, é necessário se afastar de tentativas de ruptura. "Nenhuma suposta ameaça ao estado democrático de direito justifica tal devassa persecutória ao arrepio da lei".

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"No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar. Existem oficiais da ativa sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais generais. Não há o que justifique a omissão da Justiça Militar. Nem Hitler ousou isso no começo de sua ascensão ao poder, limpando a área naquilo que ficou conhecido como o caso Fritz, que foi a demissão do então chefe do Estado-maior do Exército alemão", afirmou.

Ele conclamou a oposição a, por meio de palestras, entrevistas, artigos e postagens nas redes, mobilizar a sociedade para denunciar o "arbítrio do STF".

Ele prenuncia a possibilidade "lamentável de um confronto de gravíssimas consequências". "Perseguem-se homens de honra que dedicaram sua vida à defesa da Pátria, ao mesmo tempo em que corruptos são aquinhoados com o perdão de suas dívidas e a bandidagem, que massacra nossa população, está livre nas ruas".

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