A senadora Simone Tebet (MDB), candidata à presidência da república, foi entrevistada no programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (8). Ela foi a primeira a participar da série de sabatinas com presidenciáveis.
Durante duas horas de programa ao vivo, Tebet falou sobre projetos envolvendo sua candidatura e convicções políticas e pessoais, criticou Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e enfatizou diversas vezes o caráter feminino de sua chapa, formada por duas mulheres.
Voto impresso
Afirmou que o voto impresso poderia corromper a democracia e as eleições, porque com o comprovante eleitores poderiam comprovar que votaram em políticos compradores de votos. Declarou que tem "o mais absoluto respeito e reconhecimento da segurança das urnas e que nós vamos ser os primeiros a aceitar o resultado, seja ele qual for, no dia 2 de outubro".
Voto útil
"Sou candidata de um centro que se faz necessário nesse momento de tanta polarização. Entendo que sou o verdadeiro voto útil. Quem pode garantir a estabilidade, a segurança jurídica para que o Brasil volte a crescer e gerar empregos, é a candidatura do campo democrático nossa".
Política para armas
Simone falou que, caso eleita, faria um "revogaço", por decreto, dos atos normativos do governo de Jair Bolsonaro (PL) que flexibilizaram o acesso a armamentos e munições. Segundo a presidenciável, essa é uma pauta que não interessa ao Brasil. Quanto à posse de armas em toda a extensão da zona rural, entretanto, ela afirma que é favorável para reduzir a violência no campo.
Aborto
A presidenciável disse que é contrária ao aborto, salvo os casos em que não há punição para quem o pratica – quando o procedimento for feito para salvar a vida da gestante, em caso de gravidez resultante de estupro, desde que assim a vítima deseje, ou em caso de gestação de feto anencéfalo. "Vou ao encontro do que pensa a maioria da população brasileira, inclusive das mulheres. Nós estamos diante de um país conservador".
PEC dos Benefícios
Apesar de ter votado a favor da PEC dos Benefícios, Tebet disse considerar que a proposta foi "populista" por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não era uma 'escolha de Sofia", era votar a PEC ou votar contra o Auxílio Brasil? Como mãe, eu jamais deixaria de aprovar um Auxílio Brasil de R$ 600, de forma alguma", disse a senadora sobre o número de crianças que passam fome no país.
Emendas de relator
Questionada sobre a possibilidade de reverter e dar mais transparência às emendas de relator, Tebet falou que é preciso "uma caneta". "Com uma caneta na mão determinando que todos os ministérios deem transparência absoluta de onde está sendo aplicado o dinheiro público. Aliás, essa tem que ser a regra número um", afirmou. Ela reforçou que considera as emendas de relator "o maior escândalo de corrupção" do Brasil.
Impeachment de Dilma Rousseff
"Na forma ela sofreu misoginia? Isso a gente viu comentários sexistas a todo momento. No conteúdo, não. Não se vai votar numa mulher pelo simples fato de ela ser mulher, [só] se ela for competente. Nós queremos direitos iguais, não queremos mais direitos. Houve pedalada fiscal e houve contabilidade criativa", declarou Simone Tebet.
Segundo turno
Em questionamento sobre quem apoiaria em eventual segundo turno entre Bolsonaro e Lula, a senadora preferiu não revelar uma opção e afirmou que acredita que sua chapa estará no segundo turno destas eleições.
Sigilo de 100 anos
Ao ser perguntada o que fará com os sigilos de 100 anos impostos pelo presidente Bolsonaro em vários documentos, a emedebista revelou que irá torná-los públicos. "Transparência absoluta. Princípio da publicidade é um princípio constitucional que merece todo respeito porque o poder vem do povo e nós somos meros representantes. Se o poder vem do povo, o povo tem que saber o que está sendo feito da sua vida através daqueles que ele, por ventura, escolheu, ou escolherá. No meu caso, como presidente da república, esse princípio, essa transparência vai ser absoluta.
Outros presidenciáveis
Outros candidatos ao Palácio do Planalto devem participar do Roda Viva nas próximas semanas. Até o momento o único presidenciável com data confirmada é Ciro Gomes (PDT) que estará no programa na próxima segunda-feira (15). O presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram convidados, mas ainda não retornaram ao convite.
Assista à entrevista de Simone Tebet (MDB) ao Roda Viva: