O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi o terceiro entrevistado da série de entrevistas com os presidenciáveis nos estúdios do Jornal Nacional. Na bancada do jornalístico, Lula teve que responder perguntas sobre os escândalos de corrupção que explodiram no governo Dilma, também do PT, e ainda sobre a anulação de processos contra ele pelo Supremo Tribunal Federal.
"Primeiro eu acho importante você ter começado esse debate com essa pergunta, porque durante cinco anos eu fui massacrado e tô tendo hoje a primeira oportunidade de poder falar disso abertamente ao vivo com o povo brasileiro. Primeiro: a corrupção, ela só aparece quando você permite que ela seja investigada."
O ex-presidente também falou sobre o Mensalão e a Lava Jato.
"Em 2005, quando surgiu a questão do Mensalão, eu cheguei a dizer o seguinte: 'só existe uma possibilidade de alguém não ser investigado nesse país: é não cometer erro'. Se cometer erro, vai ser investigado. E foi isso que nós fizemos. Olha, se alguém comete um erro, alguém comete um delito, investiga-se, apura, julga, condena ou absolve e está resolvido o problema", disse.
"O que foi o equívoco da Lava Jato? É que a Lava Jato enveredou para um caminho político delicado. A Lava Jato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. E o objetivo era o Lula. O objetivo era tentar condenar o Lula."
Ele continuou:
"Não sei se você está lembrado. No primeiro depoimento que eu fui dar ao [ex-juiz da Lava Jato Sergio] Moro, falei: 'Moro, você está condenado a me condenar porque você já permitiu que a mentira foi longe demais'. Não há hipótese, não hipótese... Eu quero voltar à Presidência da República e qualquer, qualquer hipótese de alguém cometer qualquer crime, por menor ou por maior que seja, essa pessoa será investigada, essa pessoa será julgada e essa pessoa será punida ou absolvida. É assim que você combate a corrupção num país".