O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta voltar ao Planalto nas eleições de outubro, em entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo, evitou se comprometer em seguir a tradicional lista tríplice de mais votado do Ministério Público Federal para escolher o próximo procurador-geral da República.
O petista prometeu, no entanto, que não irá escolher um "amigo" ou um "engavetador" para o posto e acrescentou que, se eleito, irá discutir os critérios com o Ministério Público Federal.
"Eu não quero procurador leal a mim. O procurador tem que ser leal ao povo brasileiro, ele tem que ser leal à instituição. Agora, pode ficar certa que se eu ganhar às eleições, antes da posse eu vou ter várias reuniões com o MP para discutir os critérios que eu acho que é importante pra eles e pro Brasil. Para mim, o que precisa é dar segurança para o povo, como eu dei quando era presidente", disse o candidato.
No jornalístico de maior audiência do país, o petista disse que não quer amigos em instituições, como o MP ou a PF, mas, sim, "pessoas sérias, responsáveis que falem em nome das instituições". "Porque as instituições que garantam o funcionamento da democracia têm que ser forte." E citou como exemplo a ação contra um de seus irmãos, em 2005.
"Você se lembra que, em 2005, eu estava na Índia, [e] a Polícia Federal foi na casa de um irmão meu, esse que morreu enquanto eu estava preso. Esse cara ganhava R$ 2,9 mil, aposentado na prefeitura. A Polícia Federal invadiu a casa dele. E eu sabia antes e falei: 'não vou interferir'. Porque quem ficou sabendo não é o Lula, foi o presidente da República. Ela [a PF] que cumpra com as suas funções. Pra mim, a seriedade das instituições é o que vai garantir o exercício da democracia nesse país", afirmou o ex-presidente.