Simone Tebet no JN

No JN, Simone Tebet criticou o atual governo, falou sobre corrupção em seu partido e sobre a polarização política

Tebet também falou sobre a pouca adesão de membros de seu próprio partida à sua candidatura.

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Simone Tebet (MDB) é a quarta entrevistada no JN

Simone Tebet, candidata à Presidência da república pelo MDB, foi a quarta e última sabatinada na série de entrevistas do Jornal Nacional, da TV Globo, com os presidenciáveis mais bem posicionados nas pesquisas. Tebet aparece nas últimas pesquisas na 4ª posição. Lula (PT), Bolsonaro (PL) e Ciro (PDT) aparecem em primeiro, segundo e terceiro, respectivamente.

Durante a sabatina, que foi ao ar nesta sexta-feira (26), temas importantes foram abordados pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos.

Corrupção no MDB

"O MDB é muito maior do que meia dúzia de seus políticos e de seus caciques. É o maior partido do Brasil, o partido que vem da base, da redemocratização. O meu partido é o partido de Ulysses Guimarães, de Tancredo Neves, de Mário Covas... De homens desbravadores, corajosos e, acima de tudo, éticos. [...] Esse é meu espelho e essa é a minha trajetória".

Falta de apoio dentro do próprio partido

"Tentaram puxar meu tapete até pouco tempo atrás. [...] Tive que vencer uma maratona com muitos obstáculos. [...] Minha candidatura não veio para dividir. Ninguém governa o país sozinho e deixa os companheiros. Nós sabemos das dificuldades regionais. Nós sabemos que estamos vindo, eu particularmente, de estado conservador – Mato Grosso do Sul – diante desse quadro eu tenho que dar liberdade aos meus companheiros".

Polarização na política

"Nós estamos diante de uma polarização política-ideológica que está levando o Brasil para o abismo. Então você tem aí uma polarização que faz com que os partidos ou alguns companheiros sejam cooptados."

Política para as mulheres

"O projeto número 1 nessa pauta para mim é a igualdade salarial entre homens e mulheres. A mulher ganha 20% menos que o homem exercendo a mesma função, a mesma atividade. Se for preta, ela recebe 40% menos. [...] Se for eleita presidente da República, essa é a prioridade número 1 em relação a pauta feminina".

Fome

"Nós temos a melhor equipe dos economistas liberais do Brasil. Nós temos um compromisso fiscal, mas como meio para se alcançar a responsabilidade social. O eixo do meu governo (se eleita) são as pessoas. Agenda social: erradicar à miséria, diminuir à pobreza, e acabar com a fome no Brasil. [...] Nós (o Brasil) alimentamos o planeta terra e nós temos a incapacidade de alimentar os nossos filhos".

Mulheres na política

"A mulher vota em mulher se ela souber que tem uma mulher competitiva, corajosa, que tem currículo, que trabalhe. Quantas mulheres de chão de fábrica? Quantas professoras? Quantas líderes comunitárias? Quantas mulheres das comunidades têm condições e liderança? Então, quando nós tivermos 30% de mulheres nas executivas, nós vamos fazer a diferença."

Reforma Tributária

"Nós temos três reformas tributárias importantes no Brasil. Mas a mais importante hoje é a do consumo, porque quem mais paga imposto é o pobre, é o que mais consome. Proporcionalmente à renda, quanto você deixa no supermercado? Quanto eu deixo no supermercado? Quanto o pobre deixa no supermercado? Ele deixa metade, um pouco mais da metade do salário dele no supermercado. Então, a reforma tributária mais emergente, que está pronta para votar no Congresso Nacional, só não votou porque o presidente não quis, porque nós tentamos votar na Comissão de Constituição e Justiça".

Isenção no Imposto de Renda

"Nós temos que garantir mais espaço para a classe média. Ou seja: nós temos que fazer com que a classe média possa não pagar o imposto de renda. Pra isso, só tem um caminho, tirar dos mais pobres e pedir para os mais ricos. Eu sou a favor da taxação dos lucros e dividendos. E a gente mexe na tabela de imposto de renda à medida que cobra essa taxa de lucros e dividendos dos ricos. É a lei Robin Hood, mas nós não vamos roubar de ninguém. Nós vamos pedir a eles que contribuam minimamente para um país, que é um país mais rico do mundo com o povo mais pobre".

Educação

"Qual é o direito social mais importante de um cidadão? É o direito ao trabalho. Não tem trabalho que não tem qualificação, ou tem um subtrabalho ou ele vai para a informalidade. Ele tendo educação, ele tem direito ao trabalho que garante comida na mesa, o aluguel, o lazer, a felicidade que dá esperança para as pessoas. Educação não tem como não ser prioridade nacional, ela vai ser prioridade nacional absoluta".

Segurança Pública

"Nós vamos recriar o Ministério Nacional de Segurança Pública, porque a União que coordena segurança pública, os governadores não dão conta de fazer sozinhos. [...] É preciso uma coordenação, vontade política. Não é preciso de mais dinheiro. Nós temos o Fundo Nacional Penitenciário, o Fundo Nacional de Segurança Pública. Precisamos de uma coordenação, alguém que olhe, que cuide, não que desmobilize os órgãos de fiscalização e controle. É assim que nós vamos fazer, colocando um bom ministro de segurança pública".

Orçamento Secreto

"Orçamento secreto não é com diálogo só [que resolve o problema], é com transparência. Com um único ato, uma portaria exigindo que todos os ministros abram as contas de seus ministérios. A partir do momento em que a gente abre essas contas, a gente basicamente coloca os órgãos de fiscalização e controle. O orçamento secreto acaba rapidinho".

Com a participação de Tebet, o Jornal Nacional encerrou a série de entrevistas com os candidatos ao Planalto. No domingo (28), a BAND, em parceria com a FOLHA, UOL e TV Cultura fará um debate, ao vivo, com os candidatos.

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