O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se nesta 2ª feira (19) com 8 ex-candidatos à Presidência da República, dentre aliados e antigos adversários. Todos declararam apoio ao petista, que tenta um 3º mandato nas eleições deste ano.
De acordo com Lula, a reunião, realizada em São Paulo, simbolizou "a vontade que as pessoas que têm de recuperar a democracia" e "a reconstrução do Brasil".
Oficializaram apoio a Lula:
- Guilherme Boulos (Psol)
- Luciana Genro (Psol)
- Cristovam Buarque (Cidadania)
- Marina Silva (Rede)
- Geraldo Alckmin (PSB)
- Fernando Haddad (PT)
- Henrique Meirelles (União Brasil)
- João Goulart Filho (PCdoB)
Alckmin disputou a Presidência contra Lula em 2006 e contra Haddad em 2018, as duas vezes pelo PSDB. No início do ano migrou para o PSB e é hoje o vice na chapa do petista.
O ex-senador Cristovam Buarque também enfrentou Lula em 2006, quando disputou o cargo pelo PDT, logo depois de ter sido ministro da Educação do governo Lula. A passagem dele pelo MEC terminou em 2004, quando foi demitido por telefone. Ele foi. Seu atual partido, o Cidadania, em federação com PSDB, apoia a candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência neste ano.
Meirelles, Marina, Luciana, Boulos e João Goulart não enfrentaram o petista nas urnas, mas já tiveram divergências com ele.
Haddad e Meirelles tentaram chegar ao Palácio do Planalto em 2018. O ex-prefeito de São Paulo acabou substituindo Lula na disputa presidencial depois que o ex-presidente foi impedido pela Justiça eleitoral de ser candidato. Ele estava preso em Curitiba (PR) na época. Hoje Haddad é candidato ao governo de São Paulo pelo PT.
Já Meirelles, que foi presidente do Banco Central nos 8 anos de governo Lula, disputou a eleição daquele ano pelo MDB. Acabou tendo um desempenho fraco, ficando em 7º lugar, com 1,2% dos votos válidos.
Marina Silva disputou a Presidência por 3 vezes: em 2010 pelo PV, em 2014 pelo PSB e em 2018 pela Rede. Em 2014, ela assumiu a cabeça de chapa depois da morte de Eduardo Campos (PSB), de quem era vice, durante a campanha. No 2º turno daquele pleito, declarou apoio a Aécio Neves (PSDB) adversário de Dilma Rousseff (PT).
Uma das fundadoras do Psol, Luciana Genro disputou a eleição presidencial de 2014, também contra Dilma. Desde que deixou o PT em 2003, era crítica ao partido.
Boulos, por sua vez, tentou chegar ao Palácio do Planalto em 2018. Embora tenha disputado contra Haddad, declarou apoio a ele no 2º turno e, atualmente, é um dos principais interlocutores da campanha lulista deste ano.
João Goulart Filho também foi candidato em 2018, mas acabou em último lugar, com 0,03% dos votos válidos. Ele é filho do ex-presidente João Goulart, conhecido como Jango, que foi deposto do cargo pelo golpe militar em 1964.
Educação
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse durante o encontro que quer universalizar o acesso ao ensino superior no país. "A gente vai ter que continuar fomentando as universidades brasileiras, criando novas universidades. Universidade não é coisa para poucos, é para muitos. Eles [adversários políticos] costumam dizer que tem apenas uma pequena parcela que tem que entrar na universidade. Para nós, todos que quiserem entrar têm que ter oportunidade de entrar na universidade", ressaltou ao participar de um evento em que recebeu apoio de ex-candidatos à Presidência da República.
Ainda falando sobre educação, Lula defendeu que os recursos destinados à área sejam vistos como forma de alavancar o país. "Esse dinheiro não pode ser considerado gasto, tem que ser considerado investimento", enfatizou. Para ele, os investimentos em educação trazem diversos ganhos. "A educação é o retorno mais extraordinário que a gente tem, e não é medido financeiramente, é medido na qualidade da sociedade que a gente tá criando, na qualidade das coisas que a gente produz, nas nossas relações internacionais, na nossa competitividade", acrescentou.
Meio Ambiente
O candidato destacou ainda a necessidade de recuperar a estrutura dos órgãos da área ambiental.
"Nós vamos ter que recuperar quase tudo que nós fizemos nesse país. Vamos ter que recuperar o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], o Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente]. Ou seja, coisas que eram elementares para que a gente tornasse a sociedade brasileira uma sociedade preocupada com a questão do clima, [que eles] destruíram", destacou.
Lula também defendeu a criação de novos ministérios para cuidar de temas sociais. "Você tem um conjunto de ministérios - Ministério dos Direitos Humanos; da Igualdade Racial; da Mulher – que gastam muito pouco e têm resultado político extraordinário na organização da sociedade", disse.