Eleição 2022

O que os presidenciáveis diziam sobre a vacina?

Os quatro principais candidatos já foram infectados pelo coronavírus. Apenas Jair Bolsonaro não está vacinado.

Imagem de destaque da notícia
O que os presidenciáveis diziam sobre a vacina? - Montagem Portal Gira BA

O iG realizou um levantamento sobre o que os candidatos à Presidência diziam sobre a vacina contra a Covid-19 . Desde o início da pandemia, os quatro principais presidenciáveis já receberam diagnóstico positivo para o coronavírus. E somente o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma não ter sido vacinado com nenhuma dose do imunizante.

Luís Inácio Lula da Silva

Reprodução: Instagram - 26/09/2022

Em janeiro deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ser contra a obrigatoriedade da vacina, pois não tomá-la era um direito do cidadão, mas pediu para àquele que não fosse imunizado, ficasse em casa.

"Eu sou contra a obrigatoriedade da vacina", disse Lula. "Ninguém vai ser obrigado a tomar a vacina. Mas você também não vai poder ir para os lugares públicos. Se você não quer tomar vacina, é um direito seu. Mas você não pode participar de nada com gente."

O candidato disse ainda que as vacinas são a única maneira de erradicar certas doenças e citou o exemplo da varíola, da paralisia infantil e do sarampo. "Por que alguém diz "eu não quero tomar vacina porque eu não acredito na vacina"? Então se tranca dentro de casa", disse o petista em evento com sindicalistas.

Ainda, o plano de governo do petista fala em uma retomada do Plano Nacional de Imunização e cita os cuidados com os cidadãos que tiveram sequelas da Covid-19.

"É urgente dar condições ao SUS para retomar o atendimento às demandas que foram represadas durante a pandemia, atender as pessoas com sequelas da covid-19 e retomar o reconhecido programa nacional de vacinação. Não fossem o SUS e os corajosos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, a irresponsabilidade do atual governo na pandemia teria custado ainda mais vidas", diz trecho da proposta de governo.

Lula, de 76 anos, tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em março de 2021. Em abril deste ano, ele recebeu a quarta dose de reforço.

Jair Messias Bolsonaro

Reprodução: Agência Brasil

O atual presidente Jair Bolsonaro já fez diversas menções acerca da vacinação contra a Covid-19 ao longo desses mais de dois anos de pandemia. Ele ainda fez propaganda de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença.

O posicionamento do mandatário sempre foi de não tomar a vacina. "Como sempre, eu nunca fugi da verdade, eu te digo: eu não vou tomar vacina. E ponto final. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu. E ponto final", disse Bolsonaro em dezembro de 2020.

No entanto, o governo do atual chefe do Executivo decretou sigilo em ao menos 65 informações que deveriam ser públicas, incluindo a carteira de vacinação de Bolsonaro. Ainda, em recente entrevista ao podcast Flow, ele afirmou que escolheu não ser vacinado até o momento.

Sobre a disponibilidade dos imunizantes, ele diz que seu governo as comprou, mas não obrigou nenhum cidadão a tomar as vacinas. Ele também foi contra o comprovante de vacinação para entrar em estabelecimentos no ano de 2021.

"O Ministério da Saúde irá oferecer a vacinação, de forma segura, sem açodamento, no momento oportuno, após comprovação científica e validada pela Anvisa, contudo, sem impor ou tornar a vacinação obrigatória", disse ele em outubro de 2020.

Sobre a vacinação em crianças, ele afirmou, sem provas, que o imunizante causaria efeitos colaterais no futuro. "Se depender de nós, nem a tua é obrigatória, é liberdade. Criança é coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável".

Bolsonaro espalhou diversas fake news sobre as vacinas durante esses anos. Uma delas foi quando ele disse que o cidadão que fosse imunizado poderia virar jacaré. "Se você virar um jacaré, problema de você. Se você virar super-homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não vão ter nada a ver com isso. O que é pior: mexer no sistema imunológico das pessoas..."

Além disso, o presidente fez propagandas de medicamentos ineficazes contra o coronavírus, como a Cloroquina e a Hidroxicloroquina. Segundo a Organização Mundial da Saúde, esses remédios não servem para o tratamento da Covid-19, portanto, não devem ser tomados.

Em 2020, quando Bolsonaro esteve infectado com o vírus, ele tomou os medicamentos ineficazes durante uma live e incentivou a população a tomar os mesmos remédios.

No plano de governo de Jair Bolsonaro , ele aponta que seu governo já "distribuiu, até meados de julho de 2022, cerca de 519 milhões de doses aos estados e Distrito Federal (DF), chegando aos municípios, que aplicaram 457 milhões de doses".

Ciro Gomes

Reprodução: redes sociais - 26/09/2022

O candidato Ciro Gomes (PDT) , elogiou, durante sabatina no Jornal Nacional as ações do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em relação à vacinação no estado paulista. Ele ainda criticou a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia, afirmando que o atual chefe Executivo do Brasil teve um comportamento "genocida" e "anticiência".

"Foi o comportamento genocida, uma palavra ruim, dura, o comportamento anticiência, o adiamento eterno por politicagem barata na questão das vacinas, dizendo em janeiro nós vacinamos, nós vacinamos porque o governador de São Paulo transformou isso na sua principal ferramenta", enfatizou Ciro.

No primeiro debate presidencial, promovido pela TV Cultura, o candidato do PDT respondeu a uma pergunta da jornalista Vera Magalhães sobre o como os discursos de Bolsonaro contribuíram para o déficit de imunização no país.

"Tudo está fora do lugar. A vacina é trivial. Eu fui governador, prefeito, nossa meta era cumprir 100% da vacinação. Ganhamos prêmios internacionais, na ONU. Cobrimos 100% da vacinação no Ceará, havia campanha, esclarecimento, era um grande mutirão. Sumiu tudo isso. É um desastre brasileiro. O Brasil era mencionado como exemplo em cobertura vacinal, a vacina está aí, mas infelizmente nós vimos propagandas contra a vacina. Propina na compra de vacinas. Isso é onde nós estamos", respondeu o candidato.

Na proposta de governo do ex-governador do Ceará , ele cita que irá "revigorar o Programa Nacional de Imunizações, com a retomada de grandes campanhas de vacinação".

Ciro Gomes, de 64 anos, tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em abril de 2021. Em novembro do mesmo ano, recebeu a terceira dose de reforço.

Quando tomou a primeira dose, ele disse:

"Quero agradecer do fundo do meu coração aos cientistas que desenvolveram essa vacina que vai salvar vidas e, com uma emoção muito forte no coração, aos profissionais de saúde que estão na linha de frente se arriscando para proteger o nosso povo com toda delicadeza, carinho e profissionalismo", declarou à época.

Simone Tebet

Reprodução: redes sociais - 26/09/2022

A candidata pelo MDB, Simone Tebet , é uma das defensoras da vacina contra o coronavírus. Ela atuou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 durante seis meses no ano de 2021. Nesta época, ela recebeu destaque por conseguir fazer com o que o deputado Luis Miranda (União Brasil) citasse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como responsável citado por Bolsonaro por suposta irregularidade na compra da vacina Covaxin.

Antes da CPI, ela defendia "uma frente parlamentar do Congresso Nacional para que estejamos dentro da sala do ministro da Saúde para ver o que está travando [a vacinação]. É só insumo? Onde estão esses insumos? Precisa de alguma outra lei para ser aprovada em 24 horas para que a gente possa conseguir esses insumos? Vamos colocar na mão de todos os laboratórios? Vamos abrir ou não para os laboratórios privados que querem comprar e dar de graça metade para o SUS", disse a senadora, em entrevista à Rádio Senado, em fevereiro de 2021.

Recentemente, Tebet usou as redes sociais para cobrar do governo federal a vacinação de crianças de 6 meses a 4 anos de idade contra a Covid-19.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em crianças desta faixa etária em 16 de setembro deste ano.

A senadora comemorou, nas redes sociais, a autorização e disse que "cabe ao governo comprar rapidamente as vacinas" para imunizar as crianças.

Sobre as propostas de vacinação no plano de governo de Tebet , ela diz que terá compromisso com a vacinação em dia e irá "retomar as campanhas de incentivo à vacinação, ampliando a
cobertura, e fortalecer o Programa Nacional de Imunizações".

Simone Tebet, de 52 anos, tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em junho de 2021. Segundo a assessoria, ela recebeu as três doses da imunizante.

Comentários

Leia estas Notícias

Acesse sua conta
ou cadastre-se grátis