O mundo do futebol está de luto. Faleceu, nesta quinta-feira (29), Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé. Aos 82 anos, o ex-jogador estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 29 de novembro, onde lutava contra um câncer de cólon, após não responder mais à quimioterapia. O craque estava em cuidados paliativos, recebendo medidas de conforto para aliviar dores e falta de ar.
Pelé havia iniciado tratamento contra o tumor no cólon, em 2021, e era encaminhado ao hospital com frequência para dar seguimento ao atendimento dos médicos. Em janeiro deste ano, o Hospital Albert Einstein confirmou que o ex-atleta esteve no local para dar continuidade ao procedimento.
Em tratamento contra o câncer, o ex-jogador tinha sido submetido a uma cirurgia para retirada do tumor no mesmo hospital, em setembro do ano passado. A saúde de Pelé já havia sido assunto no início do ano, quando exames constaram a mestástase que atingia o intestino, pulmão e o fígado do ex-atleta.
Carreira
Descoberto pelo ex-jogador Waldemar de Brito ainda aos 11 anos, Pelé chegou ao Santos com status de promessa cinco anos depois, em 1956. A estreia no time profissional aconteceu um mês mais tarde na goleada aplicada pelo Peixe sobre o Corinthians, por 7x1. Na ocasião, o jovem prodígio entrou no segundo tempo da partida e marcou o sexto gol. Foi o primeiro dos 1.091 gols com a camisa do clube da Baixada Santista.
Foram 18 anos dedicados ao Santos. No período, levou o clube a conquistar dez títulos estaduais, seis nacionais, além de duas Copas Libertadores e dois Mundiais de Clubes, em 1962 e 1963. Feito que elevou o patamar do Santos, que passou a ser conhecido internacionalmente e disputar diversas partidas ao redor do planeta. Também com a camisa alvinegra, Pelé marcou o milésimo gol de sua carreira. O fato ocorreu diante do Vasco, em uma cobrança de pênalti, no Maracanã.
Em 02 de outubro de 1974, o Rei do Futebol se despediu do Santos rumo aos Estados Unidos para defender as cores do New York Cosmos, após anos de insistência da equipe americana em querer contratá-lo. Por anos, o camisa 10 recusou propostas de diversos gigantes do mundo alegando querer atuar apenas pelo clube paulista. No entanto, foi convencido pelo treinador do Cosmos, Clive Toye, a se mudar para a terra do Tio Sam.
Por lá, Pelé fez 106 partidas e anotou 64 gols. Mais que as apresentações em campo, o astro brasileiro cooperou com o aumento da tradição do esporte nos Estados Unidos, além de ajudar a média de público do jogo a subir de patamar. O número que era de quase 3.600 pessoas por duelo em 74, aumentou para 34.142 em 1977, ano em que o Rei pendurou as chuteiras, em confronto realizado entre Cosmos e Santos.
Seleção Brasileira
Menos de um ano após estrear profissionalmente pelo Santos, Pelé já entrava em campo com a camisa da Seleção. Na época, foi convocado para disputar a Copa Roca - atual Superclássico das Américas. No primeiro confronto, vitória da Argentina por 2x1, com o gol de honra do Brasil sendo marcado pelo ainda menino atleta. No segundo jogo, triunfo do time verde e amarelo por 2x0, e novamente um tento do mineiro de Três Corações.
Até hoje, Pelé é o jogador mais novo a conquistar a Copa do Mundo. Em 1958, tinha 17 anos e oito meses quando o Brasil derrotou a Suécia. No mesmo ano, o camisa 10 também conseguiu um feito que dura até os dias atuais: o atleta mais jovem a marcar em Mundiais. Naquele torneio, anotou o primeiro de seus 12 gols em Copas perante País de Gales, nas quartas de final.
Atuando pela Seleção, Pelé tornou-se o único jogador da história a ser tricampeão mundial - ganhou também em 1962 e 1970. Até o momento é o maior artilheiro da Amarelinha com 95 gols (77 nas contas da FIFA). A última aparição pelo agora time pentacampeão ocorreu em julho de 1971, no Maracanã, contra a Iugoslávia.