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Sobre a série The Boys

É uma série escrachada que mexe com o nosso brio e desperta sentimentos grotescos recheados de nojo de tudo o que está aí.

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Banner da série The Boys, disponível no Prime Vídeo - Foto: Reprodução

Para ser sincero, achei que seria só mais uma série de super-heróis. Muito longe disso, THE BOYS é uma série escrachada que mexe com o nosso brio e desperta sentimentos grotescos recheados de nojo de tudo o que está aí.

Os heróis se revelam seres narcisistas que se valem de seus superpoderes para manipular a opinião pública e gerar lucros exorbitantes para a empresa que os agencia.

Eles nos remetem aos salvadores da pátria que se apresentam como a solução para todos os problemas, mas que, no fundo, não fazem outra coisa que não seja se locupletar da credulidade alheia.

Trata-se, portanto, de uma crítica ao nosso comportamento de eleger heróis e segui-los cegamente como se fossem deuses, quando, na verdade, não passam de pessoas ambíguas, seduzidas pelo poder, propensas a falha de caráter e a deslizes morais.

Dentre os heróis, destaca-se o Capitão Pátria (Homelander), uma mescla de Superman e Capitão América. No início da trama, ele surge como o mais idealista do grupo de super-heróis.

Porém, aos poucos, esta imagem vai sendo desconstruída, revelando um personagem repugnante e desprezível, um assassino frio e estuprador, excessivamente manipulador, protótipo do que seria um super-herói neofascista.

Alto, branco, loiro e de olhos azuis, o Capitão Pátria reúne as qualidades biotípicas de um americano perfeito, daqueles que representam a supremacia branca, sonho de todo projeto de Eugenia.

Como cereja do bolo, tanto ele quanto os demais heróis são apresentados como cristãos conservadores, defensores da família tradicional e dos valores judaico-cristãos.

Adeptos de um pregador chamado Ezekiel, que além do carisma que mobiliza multidões (principalmente de jovens), também possui um superpoder diferenciado: o de esticar-se como um homem elástico.

Caso tenha estômago fraco, não assista à série. As imagens e os diálogos são fortes, com altas doses de violência. Se não for este o seu caso, assista, dando especial atenção aos diálogos e a construção e desconstrução de seus personagens.

Propositalmente, este personagem nos remete aos pregadores atuais que para defender a agenda de alguns governos são capazes de verdadeiros contorcionismos que descaracterizam completamente a mensagem original do evangelho.

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