Racismo estrutural

Casal de negros é agredido e torturado por seguranças do Carrefour em Salvador

A violência foi filmada pelos próprios agressores e vazou nas redes sociais.

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Foto: Reprodução

Um casal de negros foi duramente agredido, humilhado e torturado por seguranças de uma filial do Carrefour em Salvador, na Bahia. O caso ocorreu na sexta-feira, e os próprios agressores foram os responsáveis por fazer a filmagem, que ganhou as redes sociais.

Pelas imagens é possível ver que o casal em questão aparece encostado em uma parede, enquanto é xingado. A mulher, que está com uma mochila com alimentos supostamente furtados do mercado, recebe tapas no rosto. Já o homem, que se identifica como Jeremias no vídeo, recebe golpes na cabeça.

Em meio a grande repercussão, o Carrefour se posicionou por meio de nota e garantiu que a equipe de seguranças da loja já foi demitida e que um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil para apuração dos fatos.

"Na última sexta-feira tomamos conhecimento de um fato inadmissível ocorrido em uma das nossas lojas em Salvador. Duas pessoas foram covardemente agredidas na área externa da loja, e esse fato nos causou profunda indignação. É inaceitável que um crime como esse tenha ocorrido na área externa da nossa loja. Por isso, assumimos a responsabilidade de desligar a liderança e equipe de prevenção, além de rescindir o contrato com a empresa responsável pela segurança na área externa onde a violência ocorreu", disse o diretor de prevenção do grupo, Claudionor Alves.

É importante lembrar que lojas do grupo Carrefour têm um histórico recente de casos de violência e racismo.

Em 2020, João Alberto Silveira Freitas, negro de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças em uma das filiais da empresa em Porto Alegre. No mesmo ano, um funcionário de 53 anos morreu em pleno supermercado e teve o cadáver escondido por caixas de papelão. No mês passado, Vinícius de Paula, marido da jogadora da seleção de vôlei Fabiana Claudino, foi desprezado por uma atendente de caixa de uma unidade de Alphaville, em São Paulo, que deu preferência a uma mulher branca.

A Polícia Civil Vai abrir inquerito para investigar as agressões

A PC informou, em nota, que não houve registro oficial do caso na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã, porém, a unidade já tomou conhecimento do crime através dos vídeos e iniciará as apurações dos fatos.

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