A Polícia Federal marcou o depoimento de Jair Bolsonaro e mais 10 investigados para esta quinta-feira (22), às 14h30. Seguindo a estratégia adotada no inquérito sobre as joias, a PF deverá ouvir os depoimentos simultaneamente para apurar o possível plano de golpe de Estado que visava manter o ex-presidente no poder.
A ideia dos interrogatórios simultâneos é impedir que os investigados – que já estão proibidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de se comunicarem entre si – combinem versões.
A defesa de Bolsonaro havia solicitado que o ex-presidente não comparecesse ao interrogatório, argumentando que não teve acesso aos autos do processo.
"Ficou absolutamente claro que o investigado teve acesso integral a todas as diligências efetivadas e provas juntadas aos autos e que não há motivos para qualquer adiamento do depoimento marcado pela Polícia Federal", respondeu Moraes em decisão que negou o pedido.
Bolsonaro informou que deve ficar em silêncio. Além dele, a PF recolherá depoimentos de:
- General Augusto Heleno
- Anderson Torres
- Marcelo Costa Câmara
- Mário Fernandes
- Tércio Arnaud
- Almir Garnier
- Valdemar Costa Neto
- Paulo Sérgio Nogueira
- Cleverson Ney Magalhães
- General Walter Souza Braga Netto
Ato de Bolsonaro em São Paulo
Na última segunda-feira, Jair Bolsonaro utilizou suas redes sociais para convocar os apoiadores a um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, para o domingo, dia 25.
O chamado ocorre em meio às investigações da PF contra ele, por suposta participação e/ou organização de um plano de golpe de Estado, e será o primeiro ato público do ex-presidente após prestar depoimento à PF nesta quinta.
"Nesse evento eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses", diz Bolsonaro num vídeo veiculado em seus perfis.
O ex-presidente solicitou aos seus seguidores que evitem levar faixas e cartazes, com o objetivo de não oferecer motivos para possíveis denúncias e investigações por ataques ao STF.
Jair Bolsonaro é o principal alvo da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF. Quatro pessoas ligadas ao ex-presidente foram presas, enquanto outros 33 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Nesse período, o passaporte do ex-presidente foi apreendido.